Quando um líder de equipe se afasta por coronavírus, áreas inteiras das corporações migram para o trabalho remoto ou mesmo quando a pressão psicológica ganha proporções únicas no RH das empresas, os exemplos são muitos, mas em todos veremos a saúde mental das pessoas em foco e o papel da comunicação para a gestão de crises.
Do compartilhamento das Fake News ao excesso do consumo de mídia, passando pela falta do “pertencer” à empresa durante o home office, como a comunicação pode conduzir as organizações ao longo da pandemia? A SBP Advocacia ouviu Alloyse Boberg, comunicadora e diretora da DNA Comunicativo, uma empresa expert em relações interpessoais. Com quase 15 anos na mídia, foi editora-chefe e editora-executiva. É mestre em Linguística pela UFPR e une a comunicação e o estudo da linguagem para entender e desenvolver, melhor, o ser humano.
Em momentos de tensão, metade do trabalho do gestor é de preparação e a outra metade é de reação. Alloyse reforça a comunicação clara e transparente. “Se eu deixo claras as metas, objetivos, próximos passos para meus colaboradores, eles, automaticamente, terão esse senso de pertencimento”. Acompanhe:
Como lidar com a saúde mental em tempos de pressão psicológica, estresse, incerteza e isolamento social?
Nunca antes na história da humanidade tivemos um momento tão único em que, o mundo todo, estivesse passando pelas mesmas dificuldades. Para mim, a comunicação é uma das maneiras de fazer o remanejamento da saúde mental porque é ela quem vai nos conectar a quem não estamos tendo contato. Abaixo, deixo algumas dicas:
1) Como o contato é on-line, então, lembre-se de que nem sempre você terá o tom de voz numa mensagem. Busque ser o mais presente que puder dentro de uma conversa e não espere que os outros entendam o que você disse. Cheque se você foi claro.
2) Se você está com problemas com alguém, mas não pode vê-lo, use o bom e velho telefone. Assim, você pode resolver um problema sem criar abismos entre as partes.
Quais as orientações no ambiente profissional para amenizar o excesso de informações consumidas na mídia e evitar o compartilhamento de informações falsas?
A mídia tem um papel muito importante de questionar e o de informar. No entanto, todos nós sabemos que o tom dado às informações, muitas vezes, beira o sensacionalismo. Se você estivesse num hospital esperando por uma informação de um parente que está passando por uma cirurgia e o médico saísse da sala e fosse informar à família que ele sobreviveu assim: "extra, extra, tenho notícias para vocês! Mais um paciente sobrevive a essa cirurgia super difícil que levou horas para ser feita".
É mais ou menos isso que a mídia faz: ela conta os fatos, mas torna o tom das notícias como se TUDO fosse muito urgente e importante. Então, já que ela não prioriza o que é fato, de verdade, de relevante e faz com que tudo pareça urgente para que você fique grudado na tela da TV (ou computador), você mesma deve fazer esse filtro. O que você quer ler/assistir? E, hoje, é um bom dia para isso?
Do papel do líder ao uso correto dos meios de comunicação, como alinhar a comunicação interna na empresa em situações excepcionais como a pandemia?
Falando a verdade. No começo da pandemia vi empresas tentando esconder que seus funcionários estavam com Covid. Para algumas, sugeri: veja, fale que vocês têm alguns casos, que essas pessoas receberam o melhor tratamento, foram medicadas, estão em casa, retornam daqui a 15 dias. É uma pandemia e não está acontecendo só na sua empresa. Mas, se você negar que isso exista, vai virar o assunto do cafezinho. Quanto mais compartilhar as informações, melhor.
Como desenvolver ações para unir quem está em casa e quem voltou ao trabalho nas empresas?
Sempre falando a verdade e com clareza. Escolha um canal de comunicação para isso, por exemplo, o Whatsapp. Use regras e explique que, a partir de agora, esse canal será útil e que a empresa espera que todos possam usá-lo com sabedoria.
É possível adaptar programas de fortalecimento das equipes durante o trabalho remoto e reforçar a sensação de pertencer?
Quando temos uma comunicação aberta dentro da empresa (e quando falo aberta digo transparente mesmo) isso já acontece, por tabela. Se eu deixo claras as metas, objetivos, próximos passos para meus colaboradores, eles, automaticamente, terão esse senso de pertencimento.
Abordar e oferecer apoio aos profissionais em períodos de tensão emocional. Existem modos e momentos certos?
Escute sua intuição. Você está ali dentro há tempos e conhece seus colaboradores como ninguém. É claro que é possível treinar a fala de um líder para que fique melhor, principalmente na gestão de crise. Mas, ouvir o seu coração e falar com amorosidade são sempre elementos que ajudam a superar qualquer obstáculo.
Alloyse Boberg, comunicadora e diretora da DNA Comunicativo, uma empresa expert em relações interpessoais. Com quase 15 anos na mídia, foi editora-chefe e editora-executiva. É mestre em Linguística pela UFPR e une a comunicação e o estudo da linguagem para entender e desenvolver, melhor, o ser humano.
(Créditos: Artesania Comunicação Jurídica)
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